sábado, 12 de abril de 2014

PF aniquila o discurso do PT sobre a Petrobras









  Josias de Souza




 

O vídeo acima exibe Lula num palanque de Dilma Rousseff na sucessão
de 2010. Ao microfone, ele usa a Petrobras para desqualificar os
adversários. O petismo quer fazer a mesma coisa em 2014. Mas a Polícia
Federal, em parceria com o Ministério Público Federal, talvez não
permita.



Menos de 24 horas depois de o Partido dos Trabalhadores divulgar uma nota “em defesa da Petrobras”, agentes da Polícia Federal realizaram uma batida de busca e apreensão na sede da estatal, no Rio. Uma coisa não orna com a outra. Ou o PT perdeu o nexo ou a PF enlouqueceu.



O
PT escreveu em sua nota: “A ofensiva da oposição, que se voltou contra o
sistema de partilha e o pré-sal, tem um único objetivo: fazer
prevalecer interesses privados numa empresa que é acima de tudo
patrimônio do povo brasileiro.” Dois raciocínios, ambos errados.



Primeiro
erro: quem faz a ofensiva não é a oposição, mas a PF, uma corporação
chefiada pelo ministro petista José Eduardo Cardozo. Segundo equívoco: a
incursão visa resgatar o patrimônio do povo brasileiro, momentaneamente
sequestrado pelos interesses patrimonialistas do petismo e de seus
aliados.



A nota do PT acrescentou que a Petrobras “está sendo
atacada pelos mesmos que no passado tentaram mudar seu nome para
Petrobrax e tentaram privatizá-la.” Afirmou, por fim, que o PT assume a
defesa incondicional da Petrobras e adverte que quem agride a Petrobras
agride o Brasil.” De novo: duas teses, dois erros.



Primeiro erro: o
ataque à Petrobras veio de Dilma Rousseff, não da oposição. Foi a
presidente da República quem disse que, se não tivesse sido induzida a
erro pelo parecer de um ex-diretor indicado pelo PT e endossado pelo
PMDB, não teria avalizado o prejuízo de mais de US$ 1 bilhão que a
Petrobras arrostou na compra da refinaria de Pasadena. De resto, não foi
o PSDB que deu voz de prisão a outro ex-diretor, patrocinado por PT,
PMDB e PP.



Segundo equívoco: um partido que aparelha politicamente
a maior estatal brasileira e se acha no direito de fazer pose de
defensor “incondicional” do conglomerado não agride apenas o Brasil, mas
a lógica. É como se uma freira administrasse o bordel e recitasse as
sagradas escrituras todo final de noite, ao fechar a caixa registradora.



O
PT ainda não se deu conta, mas o feitiço utilizado contra os
adversários em eleições passadas virou-se contra o feiticeiro. Quem com
Petrobras feriu, com Petrobras será ferido.

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