terça-feira, 12 de novembro de 2013

O desabafo do jornalista sertanejo

Thaisa Galvão 
 
Além de um belo texto, o jornalista Paulo Araújo traz em sua história de vida, a saga de ser sertanejo.
Seridoense da gema, nasceu e se criou no meio das serras de Currais Novos, vendo de perto a luta do homem do campo e o sofrimento provocado pelas secas, antes de continuar sua história nos bancos de uma faculdade federal, nas redações do Grupo Abril, em São Paulo, e hoje na secretaria de Comunicação do governo do Rio Grande do Norte.

Oportunidade que teve de acompanhar de perto, não mais os quem sofrem com as secas. Mas, de quem dela tiras proveito.

O texto abaixo não é um release oficial do assessor. Mas, um desabafo do sertanejo que assiste a cisterna da casa da família secar…e o açude esperar passar mais dois meses para deixar de existir.

Eis o desabafo do jornalista:

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Não tem sido pequena a luta da Governadora Rosalba Ciarlini para minimizar os efeitos da maior seca que já castigou o nosso estado nos últimos cem anos. Semana após semana, ela tem ido à Brasília com projetos elaborados pela Caern e a Secretaria de Recursos Hídricos embaixo do braço para pedir ajuda a quem quer que seja, desde ministros, deputados federais, assessores e até auxiliares de terceiro escalão que lhe tem amizade dos tempos de senadora.
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Na agenda que montou para fiscalizar as obras que o governo está fazendo no interior, Rosalba se depara todos os dias com um grande pedido, independente da cidade que chegue: água. A população rural está vendo seus reservatórios secarem, o gado morrer e nada de esperança de chuvas, pelo menos até janeiro, feveiro.
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Duas frustrações da Rosa, que dependem da vontade dos céus para ver concretizadas: concluiu a adutora entre Parelhas e Carnaúba dos Dantas e sabe que vai ter que esperar para os céus mandar chuva e ver a água correr. Recapeou a estrada entre Acari e o Açude Gargalheiras e espera a hora de ver a sangria do mais famoso açude do RN acontecer. Construiu passagens molhadas em diversos sítios pelo interior e nada da água rolar embaixo das pontes.
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São dois anos e onze meses debaixo da seca inclemente. Talvez só José Agripino, em 82 e 83 tenha visto tanta calamidade e lançado o programa da Emergência.
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Desde março de 2012, a governadora montou um comitê que se reúne todas as segundas-feiras na Governadoria para traçar estratégias de combate aos efeitos da seca. O último grande nome de peso a aderir ao Comitê, que foi conduzido pela governadora até agora sem nenhum assistencialismo, foi a Igreja Católica, na pessoa de Dom Jaime.
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Nesses dois anos e meio de existência, os órgãos que começaram a parceria levaram mais falta do que presença. Mas muitas ações concretas já saíram das reuniões, foram levadas por Rosalba para os gabinetes de Brasília ou chegaram silenciosamente ao interior.
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Já foram construídas 3 100 cisternas, 2 600 barragens submersas, perfurados mais de 2 mil poços e entregues 150 caminhões-pipa, 90 retro-escavadeiras, 80 caçambas, distribuídas 2 toneladas de torta para o gado e cadastradas 43 mil famílias para receber o bolsa-estiagem.
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Na ponta do lápis, são 700 quilômetros de adutoras construídas entre o Oeste, Seridó e Trairi. A barragem de Oiticica, em Jucurutu, praticamente arrancada a fórceps do papel por Rosalba, vai ter capacidade de 556 milhões de metros cúbicos e atender 17 municípios do Seridó, região Central e Vale do Assu. Três mineradoras já se mostraram interessadas em se instalar no Seridó se a água necessária para tratar os minérios chegar com a barragem. É um ciclo que só traz riqueza para todos os lados.
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Em meio à luta para construir uma adutora de engate rápido para evitar o colapso de água em Jucurutu e Pau dos Ferros, duas das 20 cidades mais atingidas pela seca, Rosalba já declarou no Ministério da Integração há 20 dias: não importa se vai ser o governo do Estado, o Dnocs ou o Vaticano. O que queremos é chegar com água no interior do estado, tirando a nossa população desse estado de desespero que só as chuvas que, se Deus quiser, chegarão em 2014 podem aliviar

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