quinta-feira, 19 de julho de 2012

"Carlos Magno foi vítima da maldade humana. Não existe qualquer indício de crime de pistolagem", Afirma Delegado em entrevista ao Blog do JP

Fonte:Blog do JP


Na manhã desta Quarta-feira, 18, o Blog do JP entrevistou o Delegado, Inácio Rodrigues de Lima Neto, responsável pela 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil, localizada em Pau dos Ferros.

Acompanhe a entrevista na íntegra:

Quantas cidades estão sob a sua responsabilidade, enquanto Delegado Regional?

A Polícia Civil no interior do Rio Grande do Norte é dividida em dez Delegacias Regionais. Pau dos Ferros abriga a 4ª Delegacia Regional, e tem circunscrição em vinte municípios, além da sede. Até duas semanas atrás  eu respondia por dezessete municípios. Com a chegada de um Delegado recém-formado,  o Dr. Andison, que é titular de São Miguel e vai responder por Portalegre, caiu pela metade minha carga de trabalho. Esse tempo que teoricamente vai sobrar, vamos utilizar para exercitar a principal vocação da Polícia Civil, que é investigar.

Afinal, qual a sua estrutura de trabalho em Pau dos Ferros e para estas cidades? Ela é suficiente?

A estrutura da Polícia Civil ainda não é suficiente para a realização de um trabalho de excelência, mas fazemos mais do que o mínimo, e pretendemos fazer muito mais. É bom que se esclareça que essa deficiência estrutural é histórica, e vem sendo paulatinamente enfrentada pelo atual governo. Vejo com otimismo , a médio prazo, a melhora dos índices de segurança no Estado. A Polícia Civil está agora, pela primeira vez de forma efetiva, presente no médio oeste, com equipes em Janduís , Campo Grande e Umarizal, o que certamente melhorará a segurança da região. O alto oeste também terá um aumento considerável dos trabalhos da Polícia Civil, já que foram deslocadas equipes para São Miguel e Marcelino Vieira, locais onde nunca ocorreu de forma constante à atividade investigativa, e onde acontecem crimes que precisam desse tipo de intervenção além do policiamento ostensivo.

Em um evento ocorrido recentemente em Pau dos Ferros, o senhor afirmou que estava em andamento, uma operação que buscava investigar pessoas envolvidas com exploração sexual. Atualmente, já é possível adiantar algo sobre esse caso?

O caso ainda está em segredo de justiça, e por isso estou impedido de comentar.

Sobre o caso do Professor Carlos Magno, em uma entrevista, sua família afirmou sua morte teria sido encomendada. Diante do período investigado, o senhor enxerga essa possibilidade? 
 
Respeito à opinião da família de Carlos Magno, que são as pessoas que verdadeiramente sofreram e ainda sofrem muito com tudo o que aconteceu. Contudo, falando tecnicamente, que é minha seara, devo assegurar que  não existe qualquer indício de crime de pistolagem mediante paga na investigação. A propósito, o caso desde o início foi investigado como decorrente de uma relação passional. Durante meses essas hipóteses foram minuciosamente estudadas, com interceptações telefônicas,  quebras de sigilos de dados telemáticos e vários outros meios legais, e nada foi encontrado que indicasse participação dessas pessoas. Tampouco foi encontrada qualquer relação entre os presos e as pessoas inicialmente alvos da investigação. Se o crime tivesse qualquer vínculo com relacionamentos pessoais do professor, pode acreditar que nós teríamos descoberto.  Temos experiência e vivência policial suficiente para isso. Carlos Magno foi vítima da maldade humana, representada por dois três jovens problemáticos e envolvidos com a criminalidade.

Afinal, além das confissões, quais provas dispõe a Polícia da participação dos três homens no crime? 

Se a investigação contasse apenas com a confissão dos acusados, estaria longe de estar concluída. Temos a prova técnica do uso dos chip’s no de Augusto César no celular roubado de Carlos Magno. Localizamos Augusto César em Luziânia e ele não teve dúvidas em informar que comprara o telefone no final de 2011, na cidade de Dr. Severiano, da pessoa conhecida como JÚNIOR, namorada de sua sobrinha LINDALI. Temos ainda o relógio de Carlos Magno, que foi encontrado na casa de Júnior, sem falar na localização geográfica de cada um no momento do crime, que está sendo reconstituída através dos sinais dos celulares que eles portavam na ocasião. Saberemos e provaremos tecnicamente a posição de todos os três envolvidos durante toda ação criminosa.

O Senhor sempre usa bastante tecnologia nas investigações. Fez algum curso específico?

Fiz vários cursos na área, em vários Estados da federação, inclusive um deles patrocinado pela embaixada norte americana no Brasil, mas a experiência do dia a dia é que tem me transformado num profissional melhor. Desde 2005 entendemos que era preciso usar a tecnologia disponível para colher uma prova mais robusta. Daí pra cá posso citar vários trabalhos em que atuamos com éxito: Identificação e prisão dos assaltantes do Banco do Brasil em Martins, prisão dos envolvidos na morte de Elinaldo Simeão, entre eles Neta de Valdetário, Operação Stone, Operação Cristal, Operação Gatum (nas três ainda há gente presa) e muitos outros trabalhos no combate a assaltos, tráfico e pistolagem. Profissional que não usa tecnologia vai ficar para trás, é inevitável.

Alguma informação ou algo que o Senhor tenha interesse em esclarecer a população
?

Só queria agradecer o grande apoio que tenho tido ao longo dos anos em Pau dos Ferros, de pessoas de todas as classes e posições sociais, que entendem a seriedade do nosso trabalho. Não tenho temor ou falsa modéstia  em dizer, pois os índices confirmam, que Pau dos Ferros é uma das cidades mais seguras do RN, e Polícia Civil e Militar são as responsáveis por isso, lutando diariamente.


Delegado, Inácio Rodrigues, em conversa com o Blog do JP

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