quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Diretor de órgão nacional contra a seca é acusado de irregularidades

 
Edição do dia 24/01/2012
 

Diretor-geral do Dnocs é suspeito de privilegiar o Rio Grande do Norte, seu estado de origem, na distribuição de recursos federais.



O ministro da Integração afirmou nesta terça-feira (24) que vai fazer mudanças no comando do órgão federal encarregado das obras contra a seca. O diretor-geral do Dnocs é suspeito de privilegiar o estado de origem na distribuição de recursos federais.

Uma reportagem do jornal O Globo traz uma auditoria feita pela Controladoria Geral da União nas contas do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, o Dnocs, no ano passado.
Segundo o relatório, os prejuízos chegam a R$ 312 milhões. Na lista de problemas estão licitações dirigidas, editais com empresas que desempenham atividades incompatíveis com os serviços prestados e pagamentos indevidos a funcionários.

A CGU também aponta concentração de convênios para ações contra desastres naturais no Rio Grande do Norte. De 47 projetos, 37 foram para o estado. O Rio Grande do Norte é o estado do diretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes, e do padrinho político dele, o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves. O deputado não quis gravar entrevista, mas negou favorecimento. O diretor-geral do Dnocs também negou irregularidades. “Até hoje não fui condenado. Não existe desvio de recursos, não existe improbidade administrativa, não existe inquérito contra quem quer que seja. Nenhum dos diretores”, afirmou Elias Fernandes Neto.

O relatório da CGU ficou pronto no fim do ano passado. Depois de receber o documento, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, pediu à própria CGU a indicação de um nome para substituir o diretor administrativo financeiro, Albert Gradvol, demitido na segunda-feira (23). A controladoria indicou Vitor de Souza Leão, um nome técnico.

A demissão do diretor financeiro foi um primeiro passo para evitar a saída de Elias Fernandes, diretor-geral. Nesta terça-feira, o líder do PMDB, deputado Henrique Alves, apresentou as explicações ao vice-presidente e colega de partido, Michel Temer. Mas dentro do Palácio do Planalto já há uma negociação com o PMDB para trocar o diretor-geral do Dnocs, um cargo do partido.

Nesta terça-feira, ele afirmou que vai haver mudanças. ”A nossa intenção é promover a renovação dos quadros diretivos das empresas vinculadas ao Ministério da Integração. Essa renovação deve se dar até o inicio de fevereiro”, anunciou o ministro Fernando Bezerra.

O PPS pediu nesta terça-feira (24) que o Ministério Público Federal investigue as denúncias de irregularidade no Dnocs.

Fonte: G1

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