segunda-feira, 5 de maio de 2008

CAFÉ COM O PRESIDENTE

Presidente garante que o aumento da gasolina não vai ser sentido pelo consumidor nas bombas


Apresentador: Olá, você, em todo o Brasil. Eu sou o Luciano Seixas e começa agora o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Olá presidente, como vai? Tudo bem?

Presidente: Tudo bem, Luciano.


Apresentador: Presidente, na semana passada, uma das principais agências de risco elevou a classificação do Brasil para Grau de Investimento. Que significa isso para o país?

Presidente: Ora, significa que o Brasil está sendo visto pelas agências que medem o risco de um país como um país sério. Um país que está com as suas contas em dia, um país que tem reservas suficientes para pagar sua dívida externa, um país que está com a inflação controlada, a economia crescendo, a indústria crescendo, aumentando a renda do trabalhador, diminuindo a exclusão social. O que vai acontecer agora? Teoricamente, fica mais fácil agora qualquer investidor estrangeiro investir no Brasil, porque agora o Brasil é um país que tem pouquíssimo risco. O que nós esperamos é que os investidores estrangeiros invistam mais na indústria, invistam mais em parcerias com brasileiros para produzir álcool, para produzir biodiesel, que se invista mais na indústria brasileira para que ela possa crescer mais, gerar mais empregos e, portanto, gerar mais salários para o povo trabalhador. Eu acho que é um momento importante para o Brasil. Eu tenho dito que é quase como se fosse um momento mágico para o país. Mas eu digo sempre que tem que ter uma euforia comedida, ou seja, nós temos que saber que em política econômica você tem que estar de olho todo dia, porque você precisa olhar os gastos que você faz, você não pode gastar mais do que aquilo que você ganha. Ao mesmo tempo nós não podemos vacilar em não cumprir os compromissos que nós temos com o PAC [Plano de Aceleração do Crescimento], por exemplo, de fazer as obras de infraestrutura. Então, eu acredito que nós precisamos ficar felizes, mas ao mesmo tempo com muita seriedade e com muita sensatez para que a gente não permita que a euforia faça com que a gente abandone a seriedade com que estamos trabalhando até agora.


Apresentador: Você está ouvindo o programa de rádio do presidente Lula, o Café com o Presidente. Como é que foi possível, presidente, chegar a esse patamar de conhecimento internacional?

Presidente: Um conjunto de fatores fez com que o Brasil chegasse a essa situação. Ou seja, nesses últimos cinco anos nós trabalhamos com muita seriedade. Todo mundo se lembra como é que estava o Brasil em 2003. Foi um trabalho imenso, fizemos um ajuste fiscal delicadíssimo e eu só pude fazer porque eu troquei o capital político de quem ganha uma eleição por fazer uma política dura na área fiscal. Nós conseguimos com um arrocho muito grande controlar a economia brasileira, reduzir a inflação, aumentar as nossas reservas, aumentar as nossas exportações. E esse conjunto de fatores fez com que as pessoas começassem a enxergar o Brasil de uma forma muito mais saudável. Eu vou lhe contar um dado, Luciano, de uma conversa que eu tive com o Mário Soares. O ex-presidente de Portugal veio fazer uma entrevista comigo e ele me disse uma coisa que eu fiquei estarrecido. Ele falou, presidente Lula, eu estou aqui no Brasil há três dias. Eu leio a imprensa brasileira, a impressão que eu tenho é que o país acabou, está tudo errado. Agora, quando eu chego na Europa que eu leio a imprensa de lá sobre o Brasil, o Brasil está maravilhoso. O que é que eu disse ao presidente de Portugal? Eu disse, olha, eu acho importante você estar me dizendo isso porque aqui no Brasil tem muita gente pessimista. Os números da economia são os melhores dos últimos 30 anos. É um conjunto de fatores que estão funcionando entre si como se fosse uma orquestra, muito bem treinada. Não é apenas uma coisa. É você combinar o crescimento econômico, o fortalecimento da empresa, o fortalecimento da agricultura e ao mesmo tempo você não descuidar da área social, fazendo com que as pessoas que vivem com menos posses possam conquistar alguma coisa. Cuidar da educação com muito carinho e nós estamos fazendo isso. Certamente, Luciano, ainda falta muita coisa para a gente fazer e vamos continuar trabalhando para fazer. Eu acho que nós encontramos o caminho e as coisas estão funcionando.


Apresentador: Presidente, agora mudando um pouco de assunto. A respeito do reajuste dos combustíveis. Como é que isso vai afetar o consumidor na hora de abastecer o seu veículo?

Presidente: Luciano, o que é importante é que esse aumento não vai ter, da gasolina, nenhum reflexo para o consumidor. Por que? Porque foi reduzida a CIDE [Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico] de 0,28 centavos por litro para 0,18 centavos por litro. Ou seja, significa que aumento zero para ele. No óleo diesel vai haver um aumento de 8.8%. O efeito disso na inflação é de apenas 0,015, ou seja é muito pouco. Eu acho que foi uma medida, eu diria, inteligente da equipe econômica, porque era preciso fazer um reajuste para a Petrobrás, porque ela está já há algum tempo sem reajustar, mas nós não queremos que esse aumento tenha um efeito na inflação. Por isso, é que foi feito um jogo combinado: o aumento com desconto na CIDE e isso diminui o efeito do aumento. É importante as pessoas ficarem atentas. A gasolina não aumenta nada no posto. Se algum posto estiver aumentando, as pessoas podem denunciar porque não aumenta nada e o óleo diesel aumenta 8.8%.
Apresentador: Muito obrigado presidente e até semana que vem.
Presidente: Obrigado a você Luciano e até a próxima semana.

Apresentador: O programa Café com o Presidente volta na próxima segunda-feira. Até lá.

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